Tudo sobre o parcelamento do FIES

Você já sabe como o parcelamento do FIES funciona? Se você se inscreveu no programa e ainda tem dúvidas sobre este processo, está no lugar certo. No artigo de hoje, vou explicar detalhadamente o funcionamento do parcelamento do FIES, ajudando você a se planejar de forma eficaz.

Como funciona o parcelamento do FIES

O FIES (Fundo de Financiamento Estudantil) é um programa do Governo Federal, criado com o intuito de financiar o ensino superior em instituições privadas a estudantes de baixa renda que não têm condições de pagar as mensalidades integralmente.

O parcelamento do FIES funciona da seguinte maneira:

1. Contratação do financiamento: o estudante aprovado no processo seletivo contrata o financiamento do FIES para pagar as mensalidades do seu curso superior. Durante o período de estudo, o estudante paga a parte da mensalidade não financiada pelo FIES. Por exemplo, se o custo total do curso é de R$1.000 por mês e o FIES financia 80% do valor, o estudante precisa arcar com os 20% restantes, ou seja, R$200 por mês.
2. Fase de carência: após a conclusão do curso, geralmente há um período de carência (que pode ser de até 18 meses), durante o qual o estudante não precisa pagar as parcelas do financiamento, apenas os juros.
3. Amortização da dívida: após o período de carência, o estudante inicia a fase de amortização da dívida, que corresponde ao período de parcelamento do empréstimo. É nesta fase que o pagamento do valor financiado pelo FIES efetivamente começa.

As parcelas são mensais e o valor depende de vários fatores, tais como:

1. Renda do estudante: uma das principais variáveis é a renda do estudante ou do grupo familiar.
2. Montante total financiado: quanto maior o valor emprestado, maiores serão as parcelas. Isso inclui o custo total do curso, taxas administrativas e, em alguns casos, custos adicionais relacionados à educação.
3. Taxa de juros: as taxas de juros aplicadas ao empréstimo impactam diretamente o valor total a ser reembolsado e, consequentemente, o valor das parcelas mensais.
4. Período de amortização: a duração do período de pagamento também afeta o valor das parcelas. Um período mais longo geralmente resulta em parcelas menores, enquanto um período mais curto pode aumentar o valor mensal a ser pago.
5. Condições específicas do contrato: termos adicionais no contrato, como ajustes de taxa de juros ao longo do tempo ou cláusulas específicas de reajuste, também podem influenciar o valor das parcelas.

Nessa fase de amortização, você será responsável por pagar tanto o capital, que é o valor originalmente emprestado, quanto os juros que se acumularam.

Suponha que o seu financiamento seja de R$ 50.000 pelo FIES para um curso de 4 anos, com uma taxa de juros de 6% ao ano e um período de amortização de 10 anos. Considerando que sua renda mensal é de R$ 3.000, o valor das parcelas pode ser calculado como uma porcentagem dessa renda. Se esse percentual for de 10%, a parcela mensal seria de R$ 300.

No entanto, esse valor pode ser ajustado ao longo do tempo, baseado na sua renda e nos termos do contrato, garantindo que o pagamento permaneça proporcional à sua capacidade financeira.

O tempo de duração desta fase varia, dependendo de fatores como as condições específicas do seu contrato de financiamento.

Por exemplo, se o seu período de estudos financiado foi de 4 anos, a fase de amortização pode se estender por até 12 anos, que é três vezes o período do curso, mais um adicional de 12 meses. Isso significa que, contando a partir do fim do seu curso e do período de carência subsequente, você poderá ter até 13 anos no total para quitar completamente o financiamento.

Você também tem a possibilidade de antecipar as parcelas do FIES, realizando amortizações extras ou até mesmo quitando o saldo devedor antes do prazo estabelecido.

A antecipação de pagamentos pode diminuir significativamente o montante total de juros a ser pago ao longo do tempo. Os juros são calculados sobre o saldo devedor, então, quanto menor esse saldo, menor será a acumulação de juros.

Para realizar a antecipação, você deve entrar em contato com a instituição financeira responsável pelo seu FIES. Você tem a liberdade de antecipar pagamentos sem penalidades, aproveitando quando tiver dinheiro extra para pagar mais do que o valor mensal.

Se você é beneficiário do programa, estar ciente de como sua renda afeta o valor das parcelas permite que você se organize melhor e tome decisões informadas, equilibrando suas despesas educacionais com outros objetivos financeiros.

Entender esse processo de parcelamento do financiamento e as vantagens que pode obter é essencial para um bom e eficiente planejamento financeiro.

Cálculo das parcelas do FIES: guia

O cálculo das parcelas do FIES é um processo que envolve diversos fatores. Aqui está uma explicação detalhada e um exemplo para facilitar o entendimento:

Montante financiado

Este é o total do valor emprestado para cobrir os custos do curso. Inclui as mensalidades e pode incluir outras despesas educacionais, dependendo dos termos do seu financiamento. Por exemplo, suponha que você esteja cursando uma graduação com mensalidade de R$ 1.000 por mês durante quatro anos, totalizando R$ 48.000 em mensalidades. Se o FIES cobrir 75% deste valor, o montante financiado seria de R$ 36.000 para as mensalidades.

Taxa de juros

O FIES aplica uma taxa de juros ao montante financiado, e esta taxa influencia diretamente o valor total que será pago. Por exemplo, seguindo o cenário anterior onde o montante financiado para as mensalidades é de R$ 36.000, suponha que a taxa de juros do FIES seja de 6,5% ao ano. Essa taxa será aplicada sobre os R$ 36.000, afetando o total que você irá pagar ao longo do tempo. A taxa de juros determina quanto a mais do valor original será necessário pagar, considerando o custo do empréstimo.

Período de amortização

No período de amortização você começa a pagar o financiamento mensalmente. Continuando com o exemplo anterior, se o período de amortização for definido em 10 anos (ou 120 meses) após a conclusão do curso e o período de carência, você terá este tempo para pagar os R$36.000 financiados, mais os juros acumulados. A duração do período de amortização afeta diretamente o valor das parcelas mensais, com um período mais longo geralmente resultando em parcelas menores.

Primeiro, calculamos o total de juros sobre o principal de R$ 36.000. Usando uma fórmula de juros compostos ou um simulador online, descobrimos que o total a pagar, incluindo juros, é aproximadamente R$ 65.700. Dividimos esse total pelo número de meses no período de amortização para encontrar o valor da parcela básica: R$ 65.700 dividido por 120 meses resulta em cerca de R$ 547 por mês.

Agora, ajustamos esse valor com base na renda. Se a política do FIES estabelecer que as parcelas devem ser de, no máximo, 10% da sua renda mensal e você ganha R$ 3.000 por mês, a parcela será limitada a R$ 300 (10% de R$ 3.000). Portanto, mesmo que o cálculo baseado no montante financiado e nos juros sugira uma parcela de R$ 547, a limitação de renda reduz o valor da parcela para R$ 300.

Caso você não possa pagar o valor total da parcela, como calculado inicialmente para o FIES, devido ao limite de comprometimento da sua renda, o período de amortização do empréstimo será estendido. Isso quer dizer que, ao pagar valores menores do que o inicialmente previsto, você precisará de mais tempo para quitar completamente o empréstimo.